quarta-feira, 23 de novembro de 2011

EDDYLENE NA ILHA DE CARAS PARTE 22

O dia seguinte passou inteiro, almocei camarões gigantes, jantei camarões maiores ainda e nada de bilhete anônimo. 

Confesso que eu estava excitada em saber que a vida pode ser igual uma novela, com armações diabólicas e pessoas maquiavélicas ao extremo. 
Só que em novela as coisas acontecem com mais rapidez, já na vida real.... Onze horas da noite, depois de ter me deliciado na boca de um Húngaro milionário, caminhei solitária até meu bangalô como quem quisesse olhar pra traz mas não olhou porque não quis mesmo, ouvi um PSIU, PSIU, PSIU. 

Quando olhei pra trás estava uma pessoa vestida com uma roupa de Ku Klux Klan só que vermelha, andando com passos de gueixa de uma árvore pra outra. 

Num determinado momento parou, jogou penas de galinha preta pro ar, rodou 2 vezes, bateu quatro palmas, jogou uma bomba ninja no chão e sumiu na fumaça. Ah, puta que pariu! Eu crente que seria o momento em que recebo o bilhetinho de chantagem e esse ridículo faz essa encenação toda? 

E voltei puta pra cabana. Quando abri a porta me deparei com o inusitado. Com o tipo de cena em que você pensa, A MORTE É MAIS SUAVE. 

Estava Bila, recém chegada do presídio, de cabelo raspado, roupa rasgada, olho roxo, toda amarrada de arame farpado, olhos vendados com cera de vela e um bilhete na boca ( Porra, era só ter posto o bilhete embaixo da porta ) e pra pegar o bilhete? Quem tinha coragem? Quem podia chamar alguém da ilha sem saber o que o bilhete dizia? Eu né? A puta aqui que só se mete em confusão. 

Mas uma coisa estava a meu favor, Bila tinha visto quem fez isso com ela e certamente depois de um banho de permanganato, ela me contaria TIM TIM por TIM TIM. Depois que soltei a demônia , fiz a mais simples da perguntas. 

VOCÊ VIU QUEM FEZ ISSO COM VOCÊ? E ela respondeu como quem tivesse resolvendo a incógnita do universo, 

CLARO, FOI O PAPAI NOEL. ( Gorda burra e sem noção de fantasia.) 

Fui ler o bilhete... 

CONTINUA...

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