quarta-feira, 9 de novembro de 2011

EDDYLENE NA ILHA DE CARAS PARTE 2


Liguei pra Bila.

Nos encontramos na minha casa e começamos a combinar a viagem. 15 dias na Ilha de Caras, quem diria, tempos atrás eu não era nada e em dois dias estaria ao lado de gente famosa comendo e bebendo horrores. Avisei a Bila que ela não poderia ser a monstra que ela era na hora de comer e que em locais como esse não se almoça e janta e sim se degusta os pratos. Ensinei a demônia a usar os talheres, as taças, a dançar ritmos latinos e dei a idéia de irmos ao shopping comprar algo que tivesse a ver com o clima da ilha, já que nos vestimos como duas piranhas.

Depois que convenci Bila que não pegava bem meia arrastão numa praia. Fomos às compras. Sandálias baixinhas de amarrar, protetor solar, baton cor de boca sem brilho (já que vi na Malhação que essa é a onda do momento), óculos novos, Bila me levou no Saara e compramos óculos por atacado, 20 peças a R$10, um luxo, chapéus, cangas, viseira, máquina fotográfica de 12.9 mega pixels, já que a minha é uma Tek Pix que estou pagando a terceira prestação no boleto, Nívea Luminetaire, um creme de bronzar que você passa depois do sol, fica toda iluminada mas não pode abraçar ninguém por que mancha a pessoa, e tudo o que se precisa em 15 dias de Ilha de Caras.

Comprei as quatro últimas edições da revista para me manter informada de tudo o que aconteceu por lá e ter assunto com as outras mapoas. Fomos para casa.
Eu não consegui dormir até o dia da viagem. À base de alface e água destilada com limão, mantive minha dieta até entrar no helicóptero que tinha escrito bem grande CARAS, um luxo e uma discreta lágrima descia de meu olho esquerdo sem borrar meu rímel Lancôme a prova d’água.

Descemos na Ilha e muitos fotógrafos se amontoaram a nossa volta, quando viram que éramos nós, foram saindo um a um, ficando apenas o fotógrafo da revista Minha Novela, que quando viu que eu não fazia novela, saiu também. Aos gritos de uma criança de 5 anos de idade, fui andando puta até um bangalô, foi a primeira coisa que vi pela frente, a desgraça da criança berrava: “ – Você é mulé ou Hômi???!!! Em Si na última oitava do piano, se eu tivesse uma AR-15 com silencioso, ele não teria ficado vivo.

Batemos na porta do bangalô e uma senhora muito chique, chique ao extremo, nos atendeu com um sorriso nos lábios exageradamente aumentados por botox. Parecia uma mistura de Angelina Jolie com Nana Shara, filha de Baby do Brasil e Betty Zafir, ela era um contraponto entre Glamour e aberração, tipo Bruno Chateaubrian. - A Senhourra deve serrrra Miss Eddylene, iá? (escrevi com o sotaque da mapoa para vocês entrarem no clima da ilha também).
- Sim querida, acabamos de chegar!! Respondi com toda a classe que aprendi no curso de modelo do SENAC.

- Vocês podem ficar à vontade, minhas queridas, a Ilha é de vocês...
Turva com a beleza do lugar, resolvi largar as bolsas por ali mesmo e ir desfrutar das belezas que só os chiques e famosos podem. Bila já não estava se agüentando de fome e no salto 19, sim, ela tinha que ser exagerada, eu, magnífica em uma bata branca de Glória Coelho, com sandálias de amarrar Michael Kors e um pente de madrepérola adornado com pérolas de água doce Vivara fazendo um coque casual, moderadamente sedutor e faceiro.

Sentamos em uma pérgula que tinha quatro telas de plasma, duas odaliscas, massagistas, um dragão chinês com umas 12 pessoas dentro, uma miniatura da estátua da liberdade e muitas mapoas sentadas emplastando o cabelo de um creme amarelo que devia ser algo vindo miseravelmente do outro lado do planeta. Muito eclético o ambiente, ao som de rumba e musicas latinas.

CONTINUA....

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