EDDYLENE NA ILHA DE CARAS PARTE 8
Parei em frente à amapôa belíssima que recolhia as inscrições: - Quero me inscrever, querida!!
“São R$ 15 mil’, disse a infeliz com a maior naturalidade do mundo, como se 15 mil se achasse ali na esquina, como se 15 mil fossem R$ 15, o que eu já acharia muito caro só para catar lata e detrito na ilha - já que o nome da gincana era “Caras ecologicamente correta’. Muito apropriado, aliás, já que as caras das mulheres que estavam ali eram cheias de látex, coisa bem natural que se retira numa seringueira na Amazônia.
Enfim, fiz um cheque e entreguei com a maior cara feia que um ser humano pode fazer pra outro. Pensei na quantidade de vestidos que eu poderia comprar, meu Deus, eu estava pagando o preço de um carro popular!
“Caixa Econômica?”, disse a filha da puta com a maior cara de deboche. Olhei pra trás, joguei os cabelos em câmera lenta e olhei a vaca dos pés a cabeça (a puta era linda).
- Você tem quinze mil reais para participar dessa palhaçada, sua medíocre? Você por acaso pode comer de graça nessa merda? Você por acaso tem um sobrenome badalado, é amiga da Hebe? Por acaso você com simples palavras já provocou a morte de alguém?
Ela se benzeu e abaixou a cabeça vencida, virei para as amapôas que nos reparavam discretamente e gritei empolgada:
- Vamos lá minhas, amigas, os animais em extinção não podem esperar, não podem esperar!!!! Acho que foi a coisa mais idiota que falei até o momento.
Hebe Camargo subiu no palco e puxou uma cordinha que fez um grande pano vermelho subir e revelar algo inacreditável.
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