quarta-feira, 9 de novembro de 2011

EDDYLENE NA ILHA DE CARAS PARTE 11


Eu estava abismada, a Ilha simplesmente era um lixão.

Vasculhando a mata virgem do lado sudoeste, encontrei até duas índias descendentes de Juruna,que viviam ali há 12 anos e que só não foram denunciadas, porque prestavam serviços sexuais aos guardadores e manobristas de lanchas.

De rato morto a capivaras em decomposição, eu achei de tudo, mas estava empolgada, em 1 hora eu já havia recolhido quantidade de lata suficiente pra ganhar até o premio de Miss Reciclagem Ilha de Caras 2012 se esse título existisse.

Duas toneladas de papelão, setecentas latas de óleo e pasmem, três mil baterias de Iphonne. Gente, uma bateria demora um mundo de anos pra se decompor e eu já comecei até a pensar em teorias de conspiração ou alguém estaria sabotando a ilha, ou na tentativa de mais um dinheiro grande, eles teriam alugado o espaço pra Apple jogar detritos. Cruzes...

Cheguei na gincana e as mulheres não estavam muito felizes. Lucinha chorava e apontava pra mim, Luana com os olhos que pareciam dois jambos maduros e Bila só sabia dizer que estava com fome, ofereci uma barrinha de cereais e ela me perguntou: TA DE DEBOCHE? Voltei para minha meta, embora já estivesse anos luz à frente das demais.

Eu queria mais, eu queria a Lancha, eu queria o Audi, eu queria ser a dona da Ilha, não ser esquecida, ser aclamada, ovacionada, até que senti uma ovada nas costas........

CONTINUA........

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