quinta-feira, 10 de novembro de 2011

EDDYLENE NA ILHA DE CARAS PARTE 15




A REVELAÇÃO BOMBÁSTICA

Sabe quando uma nuvem preta paira sobre sua cabeça? Sabe quando as pessoas te olham como você tivesse roubado um perfume no banheiro? Sabe quando você peida no elevador achando que ninguém vai reparar mas só tem você e mais uma pessoa dentro?
Pois é. Era essa a sensação que ficou na Ilha de caras. Eu e Bila, mais a Bila claro, estávamos meio que na lista negra do evento. O Adolai balai a Sheb não iria adiantar, ter catado quarenta mil latas, quatro mil baterias de iphonne, ter matado e enterrado todos os micos leões dourados que encontrei pelo caminho e que tentavam fazer careta, nada, nada agora me salvaria.
Eu precisaria de munição letal, de revolução social, de polêmica industrial, de escândalo não superficial. Uma noticia para que todas pudessem me ouvir.
Não pensei duas vezes e soltei aos quatro ventos:
Minhas senhoras? SIM, EU SOU TRAVESTI.
Era como se a hemorragia das faces houvesse parado instantaneamente, os ossos não tivessem mais doloridos, a comida não mais estivesse espalhada pelo chão.
Tirando Bila que como se nada tivesse acontecido, estava atracada em uma cocha de faisão, o momento era de fé.
_Como? Perguntou meio hesitante, Ludmila Vagonesse de Castro Alves.
_Oi? Cacarejou Hebe
_Ai que loucura!! Se requebrou Narcisa Tamborindeguy
_ KKKKKKKKKKKKKKKKKK, debochou Luana Piovanni
_ Eu disse! Eu disse! Se glorificou o erê maldito
_Quem não sabe gente? Falou Bila sem ninguém ter puxando assunto com ela, essa vaca falsa traidora.
Sim, travesti! Respondi em alto e bom tom a todas que ali nos cercavam. Abutres sociais, mesquinhas e difamadoras. Pois agora a gira ta firmada, o ejó ta babado, traz a oti porque meu ori já ta desaquendando do corpo, hoje eu saio presa com os alibãs. Porque o recinto ficou pequeno e agora todo mundo aqui vai dançar conforme o meu gingado. Eu sou é de OGUM.
Claro que não gritei isso, só pensei, porque seria bem capaz que após ouvirem uma frase dessa, aquelas velhas malucas tentassem fazer um plebiscito e me queimarem como bruxa.
Só me abstive a me corrigir:
Não, não, transexual. ( salve , salve Roberta Close que é respeitada, mas mesmo assim só é convidada pro gala gay no carnaval ) .
_Transexual tipo Roberta Close ou Ariadna? Interrogou Lucilia Diniz, rica inútil que não tem o que falar e pergunta uma merda dessa.
_As duas são transexuais gata.... Respondi meio com desprezo.
_Mas você ainda tem o pingolin?
Que tipo de pessoa se refere ao pênis como pingolin? A Hebe é claro.
Ai que tava, pergunta desgraçada, porque? As Transexuais famosas, nenhuma tem mais o talo. Todas foram pra fora, deceparam e hoje exibem belíssimas xanas abaixo da pélvis, Eu não sou operada, ou seja. Me enquadro no escalão de Luana Muniz travesti não é bagunça, Jane di castro, Telma Lipe, Cláudia Pantera e uma gama imensa do que ali chamariam de traveco.
Se eu dissesse que cortei, era certo delas quererem vem como fica e não pegaria nada bem eu afastando a calcinha e dois ovos enormes, sim, meu apelido era zovão na adolescência, saltarem desordenados e uma glande bem da grande mesmo, saltar pro outro.
Ia ser uma atrocidade em plena Ilha de caras, não daria para contornar nem se eu comesse uma a uma.
Por fim, vencida pelos devaneios da sociopata que às vezes me transformo, respondi meio hesitante. Sim amore, cortei, botei sílica, agora meu nome é Valéria Vasquez, a bonita ( Eu precisava de uma referencia Global pra mostrar que to dentro dos padrões de aceitação, mesmo Valéria sendo uma aberração que nem se maquiar sabe e tendo ficado famosa com um bordão que grita : AI COMO EU TO BANDIDA ), não adianta, a sociedade é realmente o que vê e a roda se fez envolta de mim.
CONTINUA...

Um comentário: