terça-feira, 3 de setembro de 2013

ATO 7 : TOMATES MADUROS ASSADOS. Paola e Dagoberta. Duas irmãs, um só destino




Tirando o sangramento no nariz, Paola estava animada na escola.

Cantarolou cantigas de roda, saboreou a deliciosa canjica que levara para a escola e pela primeira vez foi paquerada nos corredores.

Era Waldo, um autista recem chegado ao Saint Martin e que fora transferido de um manicômio em Terezina.

Trocaram olhares, sorriram, ele colocou o pênis pra fora no meio do pátio, ela riu e ele foi novamente transferido de colégio deixando Paola um pouco triste.

Dagoberta não se entendia com a aula de canto, gostava de pontos de umbanda e a professora da aula era Protestante. A obrigava a cantar musicas de Ana Paula Valadão, com quem Dagobertas sonhou varias vezes estar penetrando com um vergalhão e depois degolando como oferenda aos deuzes pagãos.

Os alunos do protesto estavam na enfermaria apavorados, enquanto um  gritava com a enfermeira que sangrava pelos ouvidos, uma menina desesperada reclamava que não sentia as pernas e se arrastava em direção a porta.

Essas duas meninas tem algo a mais, pensou a diretora do Saint Martin, precisamos fazer algo. Elas trazem a miséria e a desgraça para essa escola e ligou para Padre Quevedo.

No pátio da escola um grupo de aproximadamente 60 alunos observavam com estranhesa Dagoberta tocando violino nua e proferindo palavras sacras em aramaico e latim.

Cancelaram as aulas, dispensaram os alunos e levaram Dagoberta para a sala da diretoria.
Lá ela alegou que tomava remédios controlados, era negra, lésbica, deficiente física e asiatica, ou seja.

expulsa-la no mínimo faría a escola fechar por preconceito e a diretora seria exonerada.
Pode ir pra casa docinho.

E lá se foram as duas incognitas,

Braços dados como se o mundo não existisse....como se fossem normais, como se nada importasse.
Paola sentiu o sangue esvaindo e disse :

fiquei mocinha.

Dagoberta comemorou:

Chegou a hora.

Continua

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