quarta-feira, 9 de novembro de 2011

EDDYLENE NA ILHA DE CARAS PARTE 10


Bila aceitou meio puta da vida porque estava com as pernas roxas de psoríase. Foi como unir a inútil ao desagradável, mesmo assim, matei dois coelhos numa cajadada só. De um lado Bila apareceria linda e gorda em alguma revista que quisesse publicar alguma foto sua que ficasse ao menos razoável, e de outro eu ganharia sozinha o carro, a lancha e a moto e, é claro, não doaria nada a ninguém, se bobear ainda sustaria o cheque.

Quando deram o tiro pro alto, começou a guerra (só da minha parte é claro). A mãe de Cazuza andava como se nem estivesse participando de coisa alguma, mas por sorte se deparou com uma pilha de 40 latas de óleo, 18 garrafões de vinho, quase 100 quilos de papelão já prensado e uma bolsa com 500 latinhas e outra com os anéis dessas 500 latinhas. Porra! Isso só podia ser armação, que merda de lixo é esse que já vem pronto para reciclagem?

Eu, de óculos D&G na cara, tinha que fazer alguma coisa. Como não poderia levar tudo de uma só vez, a cada lata que Lucinha levava, eram duas que eu separava pra mim e quatro que eu jogava na praia pra depois fazer a atleta e nadar pra pegar. Era tudo ou nada. Fui ficando obcecada e quando Lucinha estava na terceira lata somente, eu já tinha levado 400 e ela não tinha mais nenhuma na sacola. Escrevi no papelão, uma frase que fez Lucinha desistir da gincana.

Catei o restante do papelão, cortei os dedos nos grampos e me arrisquei pegar um tétano (não, eu não poderia perder). Juntei as latas de óleo, levei uma a uma e voltei para catar as que joguei no mar. Tolice minha achar que as latas ficariam todas paradas no mesmo lugar e o mar estava de ressaca. Catei o que pude: duas latas.

Corri por entre a mata virgem e não achava nada mais que gravetos, Luana Piovani passou por mim dirigindo um trator que tinha miseravelmente umas 2 mil latas, foi aí que tive a certeza que estava acontecendo algo estranho. Era um complô contra mim. Decidi naquele momento que agora eu queria ser embaixadora da ONU e nenhuma infeliz iria me passar para trás.

Corri atrás do trator que levava Luana e puxei-a pelos cabelos, dei um jato de spray de pimenta nos olhos dela, um jato bom, durou 3 minutos, e peguei as latas dela pra mim também, descarreguei as latas, levei uma a uma, morta de cansada, na volta, Luana ainda estava rodando e cega.

Continua...

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